As ruas mais vazias que o normal, as pessoas já estavam à espera do início. Nas mídias digitais, o assunto era o mesmo, com
notícias, fotos, declaração de torcida, estatísticas, tudo para passar o tempo
enquanto não chegava as 15h45, horário em que o jogo mais esperado do ano teria
início. Lembrava final de Copa do Mundo, mas era a decisão da Champions League,
principal torneio de futebol entre clubes do mundo, com realização na cidade de
Cardiff, no País de Gales.
Neste ano, dois gigantes se reuniram para decidir novamente
quem seria o melhor time da Europa: Juventus de Turim ou Real Madrid. Na
primeira decisão de Champions League entre os clubes, na temporada 1997/98, deu
Real Madrid, o resultado se repetiria?
Cada um desses colossos do futebol trouxe o seu símbolo
maior, seu representante, lideranças dentro e fora de campo. A Juventus com o
eterno e impecável goleiro Gianluigi Buffon, 39 anos, cinco Copas do Mundo, uma deles com direito a título pela Itália em 2006. Apesar do currículo invejável e
de estar entre os maiores goleiros da história do esporte, o capitão da equipe
nunca havia conquistado um título de Champions League, amargando dois
vice-campeonatos. O título viria dessa vez?
No lado do Real Madrid, Cristiano Ronaldo. Com quatro bolas
de ouro no currículo e três taças da Champions League, uma por Manchester
United e duas pelo clube espanhol. O português buscava mais um título do
torneio e também a artilharia, estava a apenas um gol do argentino Lionel Messi.
Após um início de Champions apagado, o craque cresceu na hora certa, fez gols
fundamentais para a equipe alcançar a final do campeonato. Viria o quarto
título?
O jogo, a sorte, a competência e a hegemonia
No primeiro embate entre os gigantes de cada time no jogo, deu
Cristiano Ronaldo, que contou com uma ajuda de desvio da defesa para vencer
Buffon e abrir o placar. Em seguida, Mario Mandzukic fez um golaço, após uma
jogada de futebol de areia. Lançamento na esquerda, Alex Sandro de primeira, no
alto, para a área. Híguain mata no peito e passa antes da bola cair para
Mandzukic, que também amortece no peito e chuta de costas para o gol, por
cobertura. A câmera logo focou em Buffon, que vibrava com o empate.
O primeiro tempo terminou com o placar que fez justiça ao
equilíbrio visto na partida: Real Madrid 1 x 1 Juventus de Turim. Mas na etapa
complementar, a balança pendeu para um lado e o jogo tomou um rumo inesperado.
O Real dominava as ações, criava mais, mantinha o adversário em seu campo de
defesa, até que o segundo gol saiu. Com um chute da intermediária do brasileiro
Casemiro, que contou novamente com desvio da defesa, Buffon foi vazado
novamente. A sorte parecia ter escolhido o seu lado, após dois gols em chutes escorados pela zaga italiana.
O gol baqueou a Juventus e ele novamente, Cristiano Ronaldo,
apareceu para aproveitar esse momento e fazer o terceiro gol. A defesa parou e
viu o craque português surgir sozinho para desviar a bola, sem chances
novamente para Buffon. A "pá de cal" veio
com o quarto gol da equipe merengue, após uma expulsão injusta do jogador
Cuadrado, da Juventus, em lance polêmico com Sérgio Ramos.
No fim, com um resultado elástico e inesperado, o Real
Madrid conquistou sua 12ª Champions League e Cristiano Ronaldo a sua quarta na
carreira. Já a Juventus ficou com o seu sétimo vice-campeonato, Buffon o seu
terceiro vice.
Ainda há uma chance do goleiro Buffon vencer uma Champions
League em 2018. O goleiro já declarou que pretende jogar a última Copa do Mundo
pela Itália. O futebol premiou o time mais preparado, com maior investimento e elenco. Mas que seria bom ter visto Gianluigi Buffon finalmente levar a “Orelhuda”,
como mais um reconhecimento de sua genialidade, seria. Ou ainda será?
Por Rafael Jubelini

Nenhum comentário:
Postar um comentário