domingo, 18 de junho de 2017

Judô: O ponto perfeito

Uma das cenas mais emocionantes que presenciamos nos últimos tempos, foi a vitória de Rafaela Silva, judoca brasileira, sobre a judoca da Mongólia Dorjsürengiin Sumiyaa, nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016. Naquele momento Rafaela se tornou a primeira atleta da história no judô brasileiro, a ser campeã olímpica e mundial.  

Esta é uma das histórias que mais repercute ainda hoje, pela carga que possui: Rafaela cresceu jogando bola nas ruas de uma das comunidades mais carentes no Rio, a Cidade de Deus. Mulher, pobre, negra e homossexual, Rafaela poderia ter tomado outros rumos na vida, se não fosse a inclusão do esporte.  


Rafaela Silva após vitória nas Olimpíadas, Rio 2016

Mas o que é o Judô?

  
Criado por Jigoro Kano, professor de Educação Física, e inspirado no Ju-Jutso o Judô é uma técnica japonesa de auto defesa, que visa o fortalecimento da mente, do físico e do espírito, baseado no conceito de ippon-shobu e em um código moral.  
Este código moral deve ser seguido por seus praticantes, não apenas nas quatro linhas que limitam o tatame, mas incorporado ao seu estilo de vida. Os oito princípios básicos são: Cortesia; Coragem; Honestidade; Honra; Modéstia; Respeito; Autocontrole e Amizade. 

Entendendo o Judô


As lutas podem durar até 5 minutos e vence quem conquistar o ippon (ponto perfeito) primeiro. Se ao final da luta nenhum judoca conseguir o ippon, vence aquele que tiver mais vantagens. 

Ippon: quando um judoca consegue imobilizar o adversário com as costas ou ombros no chão por 30 segundos. Quando o ippon é concretizado o combate se encerra.  

Wazari (vantagem): quando o adversário cai sem ficar com os dois ombros no tatame (dois wazari = um ippon).

Yuko (vantagem): quando o adversário vai ao solo de lado. Cada Yuko vale um terço de ponto. 

Koka (vantagem): quando o adversário cai sentado. Este movimento vale um quarto do ippon, mas não gera o final da luta, embora ele seja cumulativo. 
No judô não são permitidos golpes no rosto ou que possam provocar lesões no pescoço ou vértebras, quando estes golpes são praticados, o lutador é penalizado e, em caso de reincidência, pode ser desclassificado. 

Voltando à nossa personagem, Rafaela Silva foi desclassificada nas Olimpíadas de Londres por decisão dos juízes, após um golpe ilegal. Isso lhe rendeu duras críticas e mensagens racistas nas redes sociais. Ao conquistar a medalha de ouro em casa e se tornar a melhor judoca no país, Rafaela chorou e desabafou: "Quando perdi na Olimpíada, eu era a quarta do ranking mundial, muita gente me criticou, falou que o judô não era meu lugar, que eu tinha que caçar outra coisa para fazer. Hoje eu estou aqui, no meu primeiro ano de ciclo, dando a volta por cima, ganhando o Mundial dentro da minha casa".

Recentemente divulgada, a lista dos melhores judocas do mundo traz 16 brasileiros entre os 20 melhores. Dentre eles, Rafaela Silva aparece na terceira colocação em seu grupo (57Kg). Outros nomes que se destacam são Rafael Silva (+100kg) em 11º lugar e Mayra Aguiar (78Kg) em 10º lugar, nos seus respectivos grupos. 

Em muitas comunidades pelo Brasil, há projetos que visam tirar crianças e adolescentes da situação de vulnerabilidade e ajudá-los a caminharem, através do esporte, rumo à vitória. 
Não há dúvidas de que não só a Rafaela, mas todos os nossos atletas brasileiros são mais do que vencedores. Muitos enfrentam diversas dificuldades durante a trajetória até o pódio e merecem todo o nosso respeito e admiração. 


Alguns fatos importantes:  

  •  O judô passou a ser reconhecido como modalidade olímpica nos Jogos de Tokyo em 1964 
  •  Em 1972 o Brasil conquistou a primeira medalha olímpica, com o japonês naturalizado brasileiro, Chiaki Ishii.
  •  A partir de 1984 o país estabeleceu uma tradição vitoriosa em Jogos Olímpicos, conquistando medalhas em todas as edições. 
  •  Aurélio Miguel conquistou o primeiro ouro olímpico do judô brasileiro, nos Jogos de Seul em 1988. 
  •  Em Pequim 2008, Ketleyn Quadros se tornou a primeira mulher brasileira a chegar ao pódio olímpico em um esporte individual 
  • O Judô assumiu, em 2012, a posição de esporte brasileiro com maior número de medalhas em edições dos jogos olímpicos. 
  • O Centro Pan-americano de Judô (CPJ), no município de Lauro de Freitas, na Bahia é a maior estrutura do tipo voltada totalmente para o judô na América Latina. 


Aurélio Miguel: primeiro Ouro no judô
Referências: 

- JUDO. Sua pesquisa, disponível em <http://www.suapesquisa.com/educacaoesportes/judo.htm> acesso em 10/06/2017. 

- LEME, Tiago. Das ruas da favela ao título mundial nos tatames: Rafaela Silva supera decepção olímpica e rebate críticos, disponível em <http://espn.uol.com.br/noticia/352004_das-ruas-da-favela-ao-titulo-mundial-nos-tatames-rafaela-silva-supera-decepcao-olimpica-e-rebate-criticos> acesso em 11/06/2017. 
- NUNES, Alexandre VellyA história do Judo, disponível em <http://www.cbj.com.br/historia_do_judo/acesso em 10/06/2017. 
- RAFAELA Silva foi vítima de racismo após desclassificação. O Globo, disponível em <https://oglobo.globo.com/esportes/em-2012-rafaela-silva-foi-vitima-de-racismo-apos-desclassificacao-19877192> acesso em 11/06/2017. 

quarta-feira, 14 de junho de 2017

A vitória do coletivo sobre o individual




Caros amigos, na noite da última segunda-feira, 12/06, terminou mais uma temporada da NBA. Pelo terceiro ano consecutivo, um recorde no campeonato, a decisão foi entre Golden State Warriors e Cleveland Cavaliers. O duelo foi um tira teima, já que em 2015 o título ficou com os Warriors, e no ano passado com os Cavs.   A expectativa do mundo do basquete era gigante, já que hoje ambas as esquipes criaram uma rivalidade grande, não para o craque LeBron. Diferente de 2016, o título ficou com os Warrios, em cinco partidas. A franquia comemorou mais uma vitória sobre os seus rivais.

Para falar verdade o melhor TIME, o GSW, venceu o melhor JOGADOR do planeta, a lenda LeBron James. Após a derrota do ano passado, o Golden State, que já era um grande time, adicionou nesta temporada nada mais que Kevin Durant, o astro do Oklahoma City Thunder e um dos melhores jogadores da liga. Durant se juntou a Draymmon Green, Klay Thompson e Stephen Curry, formando o time a ser batido esse ano. Com uma artilharia pesada dessa os Warriors só seriam parados por "LeBron 'The King' James", mas nem nele conseguiu estragar a festa do Golden State. O título foi entregue para a melhor equipe. Enquanto aos Cavs, restou apenas o melhor jogador mundo e mais um vice-campeonato.

Kevin Durant

Falar o que desse rapaz? Chegou como um traidor para grande maioria da população, jornalistas e torcedores que veem o basquete. Não vou entrar no mérito se ele é ou não. Foi atrás do tão desejado anel de campeão e conseguiu. Foi o dono das finais, consagrado com o prêmio de melhor jogador, o MVP, ultrapassou os 30 pontos em todos os cincos jogos da decisão. Foi à adição perfeita para a química dos Warriors. Um monstro, esse camisa 35!


LeBron
É o maior jogador do planeta nos últimos dez anos, quebrando recordes atrás de recordes, um futuro hall da fama do basquete. Apesar de sua média fantástica na série de triplo-duplos 31,8 pontos, 11,8 rebotes e 10, 5 assistência nas finais, não o foi suficiente para trazer o anel novamente para Cleveland. Essa foi a sétima seguida de LeBron na NBA, nem Michael Jordan conseguiu tal feito, King James amargou o seu quinto vice-campeonato. O camisa 23 espera uma ajuda maior para a próxima, e quem sabe trazer o título de volta para casa.

A temporada nem acabou direito e eu já estou com saudade, que outubro chegue logo para podermos apreciar o espetáculo da bola laranja. Ah, antes que eu me esqueça, não sei até onde os Warriors pode chegar, mas tem tudo para criar uma nova dinastia na liga.   

segunda-feira, 12 de junho de 2017

O CAMPEÃO VOLTOU!




Rafael Nadal, o rei do saibro, nove vezes campeão de Roland Garros, foi para a final do torneio três anos depois da sua última conquista. Entre essas duas finais: lesões, tratamentos, quedas de rendimento e no raking. Nada, porém, que tirasse sua força e grandeza.

Ontem, Nadal entrou em quadra para fazer história. Todos os olhos voltados para ele, afinal, o maestro de Roland Garros estava de volta às finais. O jogo foi com a garra e a técnica do "Touro". Equilibrado, deixou o suíço Stan Wawrinka até irritado em alguns momentos. Soberano no jogo, Nadal não deu nenhuma chance para o adversário e venceu por 3 sets a 0 (6-2 / 6-3 / 6-1). Comandou, passeou... ele voltou! Venceu pela décima vez o Grand Slam de Roland Garros. A ‘LA DÉCIMA’.

Feito histórico, incrível, e que traz de volta ao topo um dos melhores do mundo. Além do décimo título de Roland Garros, Rafael Nadal atingiu a marca de 15 títulos de Grand Slam, se tornando o segundo maior vencedor da história, ultrapassando Pete Sampras com 14, e atrás apenas de Roger Federer com 18. O título de ontem também levou o espanhol para a 2ª posição do raking da ATP, encostando no britânico Andy Murray.

Rafael Nadal, com 31 anos, provou mais uma vez que ninguém joga melhor do que ele no saibro, que ninguém entende tão bem de Roland Garros. Já foram 10 finais felizes! E ninguém duvida que venham mais por aí. Foram feitos um para o outro!

Por Paulinha Souza


Referência:
http://www.atpworldtour.com/en/rankings/singles

domingo, 11 de junho de 2017

Narradoras de futebol

Olá caros seguidores...
Hoje falaremos sobre o crescente número de mulheres envolvidas no mundo esportivo, principalmente trabalhando com o futebol. São repórteres, apresentadoras, comentaristas, assessoras, empresárias de jogadores, presidentes de clube, e narradoras, isso mesmo narradora de futebol!

A equipe do As 4 Linhas do Esporte  não poderia perder a chance de falar a respeito de mais uma atração no campo esportivo, a apresentadora Renata Silveira, vencedora do concurso “Garota da Voz” idealizado pela Rádio Globo no Rio de Janeiro, com o objetivo de encontrar uma voz feminina para narrar futebol, com isso  ela venceu 77 garotas e como premiação teve a oportunidade de narrar uma partida de futebol entre Uruguai x Costa Rica na Copa do Mundo no Brasil.
Para concorrer ela enviou um áudio do primeiro gol do Brasil feito por Ronaldo contra a Alemanha em 2002, a rádio selecionou as 20 melhores, sempre comandada por Edson Mauro em seleções que tinham que narrar um gol do final de semana anterior àquela data. Na segunda etapa, concorreu com 10 meninas das quais foram selecionadas apenas três. A final do concurso aconteceu no Maracanã, Renata e as outras meninas se revezavam como narradora, comentarista e ponta. A decisão do concurso era por meio de voto popular depois de muita narração, Renata foi anunciada como ganhadora no programa ao vivo do Canazio.
Com 26 anos, nascida no Rio de Janeiro, torcedora do Fluminense, Renata é formada em educação física pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e cursa especialização em jornalismo esportivo. Apaixonada pela dança, ela é bailarina desde os 3 anos de idade e até hoje ensina ballet e sapateado em escolas e academias.
Começou a carreira na área esportiva pela Liga Esportiva, Bendito Seja o Futebol, onde permanece até hoje como colunista, produtora e repórter. Antes disso atuou em um programa na Rádio Sucesso, onde fazia um programa de segunda à sexta-feira, falando sobre futebol carioca e outros temas. Nunca havia pensando em narrar um jogo até o dia do concurso, talvez pelo fato de não ter uma referência feminina nesse mercado.
 Ela conta que maior dificuldade foi narrar o jogo entre Uruguai e Costa Rica, “ter que lembrar o nome de todos os jogadores” diz Renata, que teve que estudar bastante cada equipe, tanto o nome dos jogadores, como suas características, histórico da partida, forma de jogar e esquema tático.Esse trabalho inédito lhe deu visibilidade e ela foi convidada a participar de alguns programas de TV e rádio, participou de entrevistas e recebeu ofertas de trabalhos em web rádios. Além disso, o concurso ampliou o mercado de trabalho para as mulheres na narração. Além do apoio que recebeu da família e dos amigos que incentivaram ainda mais a profissão.
Antes de ser narradora, Renata também é uma torcedora do tipo que acompanha o time de verdade, que sabe da história do seu clube e que vai a estádios sempre que pode.



Renata se sente encantada pelo futebol por acreditar que é um esporte imprevisível; pela energia das torcidas; pela rivalidade e pela emoção que rola em jogo.
Que nossas “Renatas”, “Joanas” e “Marias”... se encantem cada vez mais!

Por Vanessa Raysel

Fonte/Imagens:
Imagem 1 - Lívia Torres, Bianca Venturotti e Renata Silveira  (Crédito: Emerson Rocha / Rádio Globo)
Imagem 2 – Renata narra seu primeiro jogo no Maracanã (Crédito: http://beladabola.com)
Imagem 3 - Renata comemorando a vitória no reality show (Crédito: André Henriques / Rádio Globo)

Yoga – Ginástica ou filosofia?


Tem se percebido nas últimas décadas uma disseminação da yoga no Brasil, em suas várias vertentes existentes. Vários estúdios inauguram e se mantém no mercado a partir de 2000 em nosso país, mostrando um reflexo do que foi o incrível movimento de expansão da yoga mundialmente a partir da década de 20.

Trazida ao ocidente por Paramahamsa Yogananda, após grandes dificuldades havidas pelo contraste da cultura americana com a indiana, a yoga foi apresentada ao mundo como uma prática que possibilita o bem-estar, através da sua atuação no corpo, mente, respiração e espírito. Esta visão fracionada da yoga teve o seu propósito quando da apresentação deste belo presente que a Índia deu ao mundo, pois mostrar a filosofia da yoga integralmente não geraria a aceitação social no contexto de exclusiva valorização científica e acadêmica da época.

Hoje, porém, o mundo parece estar mais preparado e receptivo para que este véu seja removido, revelando a yoga em sua plena concepção e abrangência.
A yoga é uma arte universal de viver que transcende quaisquer barreiras de nacionalidade, gênero, etnia ou religião. É um sistema de disciplina que permite que vivamos em harmonia e tenhamos realização através da consciência em Deus.

Mais do que um exercício ou modalidade esportiva que se possa praticar algumas vezes na semana, a yoga em sua essência nos ensina a viver de forma consciente, 24 horas por dia.

Nas palavras de Paramahamsa Prajnanananda, líder espiritual do Instituto Kriya Yoga, “yoga significa união, se unir com o Criador e com a criação, manifestar o seu amor por todos os seres vivos e viver em harmonia com a natureza, minimizando as necessidades humanas.”

No dia 21/06 comemoramos o Dia Internacional da Yoga, que possamos ter esta nova compreensão acerca de seu conceito, talvez permitindo viver esta experiência com a abertura e sensibilidade que são imprescindíveis para que esta possa ocorrer em toda a sua potencialidade.

Por Ariane Degasperi

Referências:
 - AWAKE, a Vida de Paramahamsa Yogananda. Direção:  Paola Di Fiorio e Lisa Leeman, Produção: Paola Di Fiorio, Lisa Leeman Peter Rader. Estados Unidos, 2014, 1 DVD.
- PARAMAHANSA, Yogananda. Autobiografia de um Iogue. Brasil: Self-Realization Fellowship, 2016.
- PRAJNANANANDA, Paramahamsa. International Yoga Day – 2016. Disponível em <https://youtu.be/AKyMGyYs16kb>. Acesso em 09 jun. 2017.